Fumar de castigo

Uma nova técnica comportamental associada ao tratamento com o medicamento vareniclina duplicou a chance de o paciente parar de fumar, segundo estudo da Dra. Jaqueline Scholz, coordenadora da Área de Cardiologia do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (InCor).

O trabalho, que foi apresentado no Congresso da Society For Research On Nicotine and Tobacco – SRNT (Sociedade de Pesquisa em Nicotina e Tabaco) em setembro último, na Noruega, chamou a atenção dos participantes e, especialmente, da presidente do evento, a Dra. Serena Tostad (à direita na foto).

Nessa técnica batizada de “fumar de castigo”, o paciente é liberado para fumar se tiver vontade, a partir do oitavo dia de uso da vareniclina, sob condições bastante específicas. Ele deve estar em pé, sozinho, olhando para a parede, sem dispositivos (celular etc.), alimentos ou bebidas.

Em outras palavras, explica a Dra. Scholz, a pessoa deve interromper tudo para fumar um cigarro, sem a presença de qualquer dos “gatilhos” que levam ao ato. Essa estratégia, diz a criadora do método, leva a uma dissociação do ato de fumar com hábitos de prazer.

"Essa técnica comportamental, associada ao medicamento, dobrou a chance do paciente deixar o cigarro com a terapia". Segundo a médica, a expectativa agora é de que outros estudos usem a mesma técnica do "fumar de castigo", para provar os resultados do InCor.


Dra. Jaqueline Scholz (centro)

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